Sentir medo do escuro é algo comum na infância, especialmente entre crianças pequenas que possuem uma imaginação mais ativa. Esse receio tende a surgir por volta dos três anos e geralmente diminui até os sete, sendo uma parte natural do desenvolvimento emocional. No entanto, quando o medo é intenso, persistente e traz sintomas físicos, pode se tratar de uma fobia conhecida como nictofobia.
O medo do escuro é caracterizado por desconforto leve e insegurança, especialmente quando a criança precisa dormir sozinha ou permanecer em um ambiente sem luz. Nesses casos, com apoio e paciência, a criança costuma superar a situação com o tempo. Por outro lado, a fobia do escuro vai além. Crianças com nictofobia demonstram reações extremas, como palpitações, sudorese, tremores e choro incontrolável. Elas evitam a escuridão a qualquer custo e, se expostas, podem apresentar sintomas de pânico, como dificuldade para respirar.
Identificar se a criança tem medo ou uma fobia requer uma observação atenta. Dificuldade para dormir, necessidade constante de luz acesa ou a recusa em ficar sozinha no quarto são comportamentos comuns, mas quando acompanhados de pânico intenso e sofrimento físico, merecem maior atenção. “É importante ouvir a criança e acolher seus sentimentos. A compreensão e o diálogo aberto são fundamentais para ajudá-la a enfrentar seus medos”, afirma Ariadna Santiago, supervisora pedagógica do Colégio Deoclécio Ferro, de Fortaleza (CE).
Para ajudar crianças com fobia do escuro, é preciso ter empatia e paciência. Uma estratégia eficiente é a exposição gradual ao ambiente escuro, como manter uma luz noturna acesa ou ler uma história com um abajur próximo. Esse processo permite que a criança se sinta mais confortável e vá superando o medo aos poucos. Contar que o escuro não muda o que está ao redor também é uma forma de desmistificar o medo.
É essencial que os pais validem os sentimentos da criança. Minimizar ou ridicularizar o medo pode intensificá-lo. Frases como “não precisa ter medo” podem soar desestimulantes. Em vez disso, ofereça conforto e apoio, garantindo que a criança perceba o ambiente como um lugar seguro. Atividades lúdicas, como brincadeiras que envolvam luzes baixas ou ler histórias positivas antes de dormir, também ajudam a diminuir a ansiedade.
Em casos mais severos, quando a fobia persiste e interfere na rotina da criança, é recomendado procurar um psicólogo. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, pode ajudar a criança a reformular seus pensamentos e reações relacionadas ao escuro, permitindo que supere a fobia com mais confiança e tranquilidade. Entender a diferença entre um medo natural e uma fobia é o primeiro passo para ajudar a criança a superar essa barreira emocional.
Para saber mais sobre fobia, visite https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2021/08/o-que-e-nictofobia-5-pontos-para-entender-o-medo-do-escuro.html e https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2013/09/seu-filho-tem-medo-do-escuro.html
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